quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pau que bate em Zé não bate em José

O desespero de José Serra é escandaloso, a ponto do candidato mudar de nome: Zé O tucano - que nunca havia utilizado "Zé", sempre "José" - se desespera para fazer parecer popular. Sua propaganda cita Lula e tenta tornar o candidato mais popular, coisa que nunca foi, mas deixa muito claro que os tucanos não se sentem à vontade em trajes populares, e o que acaba aparecendo é um candidato fake, uma caricatura de si próprio.

Ele gostaria de vender uma imagem para a elite, como mais técnico, mais estudado, mais preparado, e passar a imagem que o PT é formado por um bando de sindicalistas incompetentes. Mas a verdade factual não o deixa mentir, pois o Governo Lula foi competente, e isso é reconhecido por quase todos no país, excetuando aqueles que perderam o poder.

O ritmo nordestino utilizado no seu programa parece tão natural quanto o samba no pé do turista japones que desembarca no carnaval carioca. Também parece gringo no samba quando diz que tem origem humilde. Quando diz que o Brasil tem graves problemas na saúde, educação, segurança pública e drogas, parece ter amnésia em relação aos governos tucanos em SP, estado que enfrenta crise exatamente nestas questões.

E os tucanos ainda insistem em mentir e dizer que o José Serra criou o FAT, mas o verdadeiro José Serra aparece uma vez no programa eleitoral, quando fala em inglês na ONU, submisso, e não altivo como nosso Presidente que fala em português e é entendido por todos que sabem o que é pobreza, em qualquer língua, em qualquer parte do mundo. O verdadeiro José é aquele de manda a polícia descer o cassetete nos professores, mostrando que pau que bate em Zé não bate em José.

Mas o auge é o refrão do jingle que cita o Lula tentando confundir a população associando a sua imagem a de continuidade: "quando Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá...". Essa malandrisse dispensa comentários. Ao menos foi sincero quando disse que batalhou muito para se apresentar como candidato. Batalhou mesmo: contra Roseana Sarney, contra Aécio Neves, contra Alckmin, contra o DEM e contra todos seus aliados que apareceram no seu caminho. Também por isso foi abandonado à própria sorte pelos que deveriam ser seus aliados, e caminhará sozinho até outubro, talvez acompanhado somente pela imprensa.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

1º horário eleitoral noturno - comentários

PT: o horário eleitoral noturno recorreu muito mais ao Lula que o diurno: estratégia boa, mas talvez cansativa... parcimônia, estamos apenas no começo.

O diálogo de Lula com Dilma do Oiapoque ao Chui não poderia parecer natural, nunca. Me senti um bêbado com a câmera balançando de lá prá cá, e a paisagem mexendo ao fundo passou uma imagem de instabilidade. Não precisava desse "recurso moderno", pareceu muito apelativo, enjoativo e me atacou a labirintite.

A Dilma falou por um bom tempo olhando para um "suposto interlocutor" sem olhar para a câmera. A música do final não comunicou nada, não emocionou e pareceu apelativa. Erros do marqueteiro. Razoável, o diurno foi melhor.

PV: comunicou a mensagem, mas foi apelativo nas imagens. Parecia o apocalipse bíblico, só faltou a Marina se apresentar como o Gênesis. É um discurso de vanguarda, pena que o PV seja praticamente uma legenda de aluguel.

PSOL: faz tanto tempo que eu torço para ter um bom partido de esquerda no Brasil, mas ainda não chegou o tempo... O PSOL infelizmente insiste em ser um tipo especial de vanguarda: a ultrapassada. Camaradas... precisamos de propostas realistas, por favor. Sobre a corrupção, recomendo aos seus militantes a leitura de "Partidos Políticos" de Robert Michels, para entender que o problema não é de partido x ou y, mas do sistema político "democrático".

O programa dos tucanos eu perdi, mas o diurno foi muito falso. Amanhã comento os dois juntos.

Outros: alguns marcam posição, e todos pareceram estelionatários políticos. Sem mais comentários...

Proporcional: não dá para assistir... Exceto quando o partido pede votos para a legenda, e olhe lá...

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