terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Idelber Avelar responde

Meu repúdio ao linchamento público de qualquer um por seus hábitos sexuais.

Abaixo texto publicado no blogue Biscoito Fino e a Massa mantido por Idelber Avelar, em resposta ao "escândalo" que protagonizou. Comento em outra postagem.

Idelber Avelar responde

1- Depois de deixar os inquisidores urrarem durante uma semana, coloquemos alguns pingos nos is sobre sexo, privacidade e crimes na internet, em 20 partes.

2- Ouvi calado durante sete dias uma das maiores tentativas de assassinato de reputação da história da internet brasileira, baseada em divulgação criminosa de mensagens privadas.

3- Se estou movendo ações cível e criminal contra os responsáveis, tanto pela violação de privacidade como pela difamação? É evidente que sim. Agora, já em posse da ata notarial que permite a responsabilização penal dos responsáveis, respondo.

4- Em primeiro lugar: os linchadores estão falando de alguém com 29 anos de magistério, centenas de ex-alunas, dezenas de ex-orientandas já professoras e ZERO reclamações formais por seu comportamento com mulheres dentro de sala de aula ou na universidade, além de média sempre, em todos os cursos, superior a 4,5 na escala de 5 pontos através da qual professores/as são avaliados por alunos e alunas.

5- Comecemos por aí, então. É dessa pessoa que estão falando.

6 – Deixei que os inquisidores recolhessem suas “provas” e o que conseguiram?

a) Um print de interação privada erótica com mulher adulta, não só criminosamente publicado, mas propositalmente recortado.

b) Um print de conversa com menor de idade que logo terminou por minha iniciativa e exatamente por isso, à luz da revelação da idade dela.

c) Dois relatos anônimos completamente mentirosos, vejam só, um deles já apagado!, não sem antes ser devidamente registrado em ata notarial.

7- Ou seja: tentaram durante uma semana e não conseguiram UMA, umazinha “denúncia” assinada por quem quer que seja.

8- Ficou alguma dúvida da combinação entre ressentimentos pessoais e ressentimentos políticos que motivou a abundante prática de crimes contra a honra na internet brasileira nos últimos sete dias?

9 – O moralismo reduzido aos métodos do macarthismo e do stalinismo.para assassinato de reputação não conseguiu nada melhor que isso.

10– Sim, gosto de sexo. Sim, falo muito de e faço muito sexo. Com quatro regrinhas claras: consensualmente, com adultas, jamais com chefes ou subordinadas e em privacidade.

11 – Anal, ménage, BDSM, cuckolding: é isso que escandaliza o “feminismo” no século XXI? Coisas que fariam Sade bocejar de tédio no século XVIII? Retrocedemos 250 anos, é isso?

12 - “Feminismo”, sim, entre aspas, pois essa mistura de fogueira inquisitorial, moralismo e misandria nada tem a ver com Beauvoir, Butler, Muraro, Irigaray, Michele Barrett, Chodorow, Mary Wollstonecraft e tantas outras que me ensinaram a pensar e ler o mundo.

13 - Por que são sempre anônimas aquelas que a fogueira inquisitorial chama de "vítimas"? Medo de quê, a não ser de assumir publicamente que também eram parte do jogo, que são donas de seu desejo?

14 – Termos como “abuso” ou “assédio”, aplicados a conversas virtuais nas quais duas partes estão em interação ativa, e para as quais o botão “bloquear” está sempre disponível, só significa uma coisa: a confinação da mulher ao lugar de vítima, como se ela não fosse dona de seu desejo.

15 – Alunas de Tulane foram assediadas por inquisidores em busca de alguma declaração de que eu as tivesse tratado com algo que não fosse profissionalismo e respeito. Conseguiram? NADA.

16- Ex-colegas e ex-orientandas minhas foram caçadas pelo tribunal em busca de alguma manifestação de que eu as tivesse tratado com algo que não fosse profissionalismo e respeito. O tribunal conseguiu? NADA.

17 -- Às centenas de pessoas que me escreveram em solidariedade nos últimos dias: muito obrigado.

18- Às muitas pessoas que me escreveram perguntando como poderiam ajudar, a resposta é simples: divulguem este comunicado entre os amigos e entre aqueles que disseminaram difamação. O comunicado está disponível também em meu Facebook: https://www.facebook.com/idelber.avelar e no Twitter (http://twitter.com/iavelar). E cobrem de blogs, revistas e tuiteiros a veiculação do direito de resposta, tema do qual se reclama tanto quando a “grande mídia” publica algo de que não gostamos.

19- As arrobas que já estão com seus crimes lavrados em ata notarial terão o prazer de descobri-lo por si sós, quando receberem a notificação judicial já em curso.

20- Por motivos que suponho também óbvios, só voltarei a falar do tema depois que transitar em julgado a sentença que, tenho certeza, punirá os responsáveis.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A governabilidade de Dilma não pode ser tiro no pé


Entendemos que a Presidenta Dilma precisa de governabilidade no congresso. Entendemos que se deva fazer concessões às elites para se fazer as transformações sociais possíveis.

O que não entendemos é Kátia Abreu. Por brio, nos recusamos a entender, de fato. Aos que se apressam a defender, sem nem se reservarem ao mínimo um breve luto, deseja-se compaixão.

Mas Dilma não veio à público confirmar Kátia Abreu.

Especular em cima de um nome é o meio mais rápido de derrubá-lo. As críticas aos quase ministros sempre são muito contundentes e ácidas, e os vulneráveis geralmente tombam antes da nomeação.

Se assim fosse Dilma e Lula teriam vacilado ao expor Kátia Abreu às hienas, pois as hienas representam muito melhor eles do que nós, os movimentos sociais.

Tal gesto se assemelha a um sinal de apoio aos 2,5 mil que foram pedir o impeachment na Paulista em um final de semana e um escárnio aos 15 mil que foram na mesma avenida, no meio da semana, apoiar a democracia e a reforma política.

Os 15 mil enviaram um recado.

Um outro recado. Não o que mídia gostaria que a população tivesse mandado para Dilma, aquele dos golpistas, filhos da elite reunidos na paulista para pedir intervenção militar.

Ao recado dos movimentos sociais Dilma não pode fazer ouvidos moucos, senão seu mandado não prosperará. Ficou claro que os movimentos sociais estenderão a mão ao novo governo, e este não pode, em hipótese alguma, manter qualquer distância destes movimentos.

Pelo contrário, deve governar com eles ao lado, diuturnamente, em todos os momentos. Só assim poderá governar como o Brasil precisa. E deseja!

O PMDB já largou Kátia aos leões, dizendo que não entra em sua cota partidária. Se Kátia Abreu foi posta à fritura, eu coloco meu mourão na fogueira. Mas a estratégia foi equivocada, faltou articulação. Ou sobrou Articulação.

Enfim, tomara que caia é o que serve para a ocasião...

Mas é amargo o agradecimento de Dilma ao apoio do MST na reta final das eleições, bem como nas ruas, após as eleições, em resposta aos que queriam seu impeachment.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O braço esquerdo da Dilma


A postura do PSOL foi importante e simbólica neste 2º turno do processo eleitoral de 2014. O Partido construiu sua candidatura de maneira digna e independente, e seus mais proeminente líderes se posicionaram à esquerda no 2º turno, apoiando a candidatura de Dilma.

Sinal dos tempos. Sinal de maturidade. Não de maturidade de um partido ou outro, mas sim da possibilidade de construção um projeto de esquerda para o Brasil e para a América Latina.

Luciana Genro, Jean Wyllys, Ivan Valente, Chico Alencar, entre outros líderes do PSOL, foram fundamentais para a vitória apertada de Dilma. É o desejo de muitos que este 2º mandato de Dilma (4º do PT) seja o mais profundo de todo os mandatos petistas. E o mais à esquerda.

Talvez se possa ousar um governo mais a esquerda, com obstinação pela correção ética e que promova reformas de base: política, agrária, federativa, e tributária - com taxação de grandes fortunas - entre outras. Além de promover a democratização das comunicações, uma pauta antiga e justa da sociedade civil e movimentos sociais.

Mas o Congresso Nacional, não podemos negar, é formado por uma maioria de parlamentares formados na velha escola de política fisiologista. As esquerdas não conseguem a governabilidade sem alianças com o centro, que possui pauta política dispersa, mas com tendências conservadoras em pontos fundamentais para o aprofundamento de um projeto de esquerda.

Para reunir a força política necessária à promoção destas mudanças, precisamos de amplo apoio e mobilização popular. Porém, não interessa a mobilização popular esquizofrênica, sem pauta comum, sem debate de propostas, apenas uma catarse contra tudo e contra todos. Este tipo de pressão popular é facilmente utilizada pela direita para legitimar seu discurso clamando por "mudanças".

A mobilização social que possibilita o avanço do Congresso Nacional em pautas progressistas é a mobilização politizada, com acúmulo teórico e propostas claras. São os movimentos sociais quem reúnem as condições de conduzir tais mobilizações sociais: sem terra, sem teto, sindicatos, comunicadores progressistas, LGBT, mulheres, negros, etc...

Com pressão popular direta sobre o Congresso o cenário a favor de mudanças pode vir a se consolidar, apesar das imensas dificuldades. Caso contrário, não há chances. Caso os movimentos sociais não promovam as mobilizações necessárias, ou escolham como alvo central da pressão o executivo ao invés do legislativo, as chances de avanços à esquerda são mínimas.

Este processo eleitoral apontou para o fortalecimento de um discurso de cunho fascista na sociedade, e as direitas se uniram para criminalizar o PT, como já haviam feito com o MST, e com diversos outros movimentos e partidos de esquerda durante a história.

Esta criminalização é pauta central da direita há uma década e é fortemente apoiada no discurso de ódio, que não se restringe ao PT, mas se estende aos pobres, nordestinos, gays, comunistas, bolivarianos e esquerdistas de todos os matizes. E o discurso de ódio é um monstro que, quando colocado em pé é difícil controlá-lo, mesmo pelos seus criadores.

É momento das esquerdas se unirem para debaterem seus pontos convergentes e intersecções ideológicas, em defesa de uma possibilidade: da construção de um sólido projeto de esquerda para o Brasil e para a América Latina.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Zeca Baleiro: Um Voto Crítico, Mas Convicto




O direito à oposição e o anseio pela alternância de poder são pressupostos básicos de um estado democrático. Desejar e acalentar o sonho de mudanças também é uma natural aspiração de todo cidadão.

Acho o governo Dilma criticável, como todo governo o é. Acho o PT criticável também, como todos os partidos o são. Como todo brasileiro, anseio por mudanças que urgem, embora reconheça que há mudanças políticas em curso neste governo que são louváveis. De qualquer modo, embora Dilma tenha seus pontos vulneráveis, não vejo adversário digno de sucedê-la. Mudar por mudar não me parece conveniente. Um dos argumentos mais usados pelos detratores da atual presidente e seu partido é o de que “estão há muito tempo no poder”. Esquecem que os tucanos há 20 anos ocupam o trono do governo de São Paulo (e há tempos vêm cometendo pecados sem perdão como o desmando irresponsável que gerou a crise de abastecimento de água no estado), isso sem falar nas oligarquias do Maranhão, há 48 anos roendo o osso do poder, e a de Alagoas, há outros tantos anos se perpetuando na política local (e estes casos nem devem ser levados em conta, pois, além de antidemocráticos, são imorais).

Um governo comprometido socialmente deve dirigir o olhar primeiramente aos desfavorecidos, aos excluídos do jogo social, isso é óbvio. Este governo que aí está fez isso. E o que não faltam no Brasil são pessoas vivendo em quadro de pobreza extrema, privadas dos direitos básicos de cidadão, massa de manobra barata para oligarcas usurpadores. Quando o buraco é muito fundo – e o fosso social no Brasil é pra lá de fundo -, não há como não ser assistencialista, infelizmente. Uma das frases feitas que mais me indignam neste pobre debate político (debate entre aspas) é a máxima hipócrita de que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe”. Ora, como ensinar a pescar um sujeito devastado pela fome e pela doença?

Outro argumento usado à exaustão é o da corrupção, e não podemos nos enganar - todos os partidos, quando ocupam o poder, caem em tentação, para nossa desgraça. A diferença básica neste Fla-Flu de corruptos é que os do PSDB seguem impunes, os do PT nem tanto. Só a punição exemplar desses bandidos somada à vigilância social mais ferrenha poderá fazer banir esta "cultura da corrupção" que hoje impera no país, ou ao menos reduzir os seus índices.

Não sou petista nem sou apegado a partidos ou candidatos. Voto com independência. No primeiro turno, meu voto foi dividido entre candidatos do PSOL, do PSB e do PT. Isto me parece coerente. Se nos próximos anos aparecer uma grande e confiável liderança política de outro partido, não hesitarei em mudar meu voto, desde que seu projeto tenha viés socialista, único projeto político que penso ser viável no mundo de hoje. Isto também me parece coerente.

O que não me parece coerente é ver a ex-candidata Marina Silva, arauta da “nova política”, anunciando seu apoio à candidatura Aécio Neves. Todos sabemos que a sua trajetória de luta contra os barões malfeitores do Acre a aproxima ideologicamente mais do PT, e não foi à toa que ela assumiu a pasta do Meio-Ambiente no governo Lula. Isto que ela agora faz é velha politicagem, jamais nova política. Sabemos para onde miram os políticos do PSDB, e no que vai resultar um novo governo tucano (e faço questão de afirmar o mesmo repúdio às alianças eleitoreiras do PT com velhos caciques paroquiais como Sarney, Collor e Calheiros).

Se a intenção de parte do eleitorado era destronar o PT e Dilma a qualquer custo, então que votasse num partido mais à esquerda (sim, eles existem) e não num partido que reza na cartilha do datado neoliberalismo que levou à convulsão social e ao desemprego massivo países europeus sólidos como França e Espanha, e que quase levou o Brasil à bancarrota, na era FHC. Este, por sua vez, sociólogo pós-graduado na Universidade de Paris, tem como hobby disparar frases infelizes, como a recente declaração preconceituosa e separatista sobre os nordestinos e seu voto, segundo ele, catequizado. Com todo o respeito que possa merecer, o ex-presidente está na Idade Média da Sociologia. Avançamos muito nos últimos anos em termos de “pensamento social”. Não há porque retroceder.

Votarei em Dilma e, caso ela seja eleita, terá em mim um crítico implacável de seu governo. É assim que entendo o que chamam de democracia. O resto é balela.

P.S.: Peço aos internautas que queiram comentar, criticar ou divergir do meu texto, que o façam civilizadamente, com argumentos embasados, não com ofensas ou baixarias. De baixo, já basta o nível do debate dos nossos candidatos na corrida eleitoral.

Zeca Baleiro

(17 de outubro de 2014)

O erro de Aécio




Aécio Neves assistiu de camarote o PT revelar ao Brasil as contradições de Marina Silva e a fragilidade de sua candidatura. Se preservou, tirou lascas do processo e atacou Marina de maneira dosada, pois precisava ir para o 2º turno. E conseguiu.




Ficando escanteado manteve baixa sua rejeição, enquanto Marina e Dilma pagaram o preço do embate direto. Teve uma votação acima da expectativa e seguiu animado para o 2º turno.




Tudo certo, seria hora de acirrar os ânimos antipetistas, reforçar o bordão da corrupção, ganhar o páreo e sair para comemorar junto com os próceres da elite, barões da mídia, banqueiros, embaixadores, etc.




Mas, havia uma pedra no meio do caminho, chamada moral. O discurso antipetista é, via de regra, acompanhado de um ranço raivoso, apoiado em alguma fala moralista. Como vimos no caso Demóstenes Torres, atrás dos discursos mais moralistas escondem-se imoralidades inconfessáveis.




Décadas foram gastas pela elite e pela imprensa para construir esta narrativa antipetista, uma narrativa emotiva, que apela para a raiva, para o ódio, para o preconceito. Uma narrativa irracionalista, conforme a escola de Washington professa.




Quando Aécio partiu para o golpe de misericórdia, com o machado moralista em riste, se ergueu um escudo petista nas redes sociais. Os petistas, ao contrário do que diz FHC, são muito bem informados e mostraram ao Brasil quem é Aécio Neves.




E mostraram um Aécio muito diferente do Aécio da propaganda. O Brasil viu revelada uma pessoa que não reúne as menores condições de empunhar a bandeira da moralidade, pois convive com uma miríade de escândalos ao seu redor.




Quando Aécio achou que tinha nocauteado a Dilma, beijou a lona da rejeição, pois o Povo Brasileiro parece recusar a agressividade e o destempero para quem quer ocupar o cargo máximo da Nação.




No auge da agressividade Aécio foi derrubado por um tapa dado com luva de pelica pela Dilma: o Presidente do PSDB extorquiu a Petrobras em R$ 10 milhões. A partir deste momento se recusou a responder sobre a Petrobras, desviou o assunto e levantou uma bandeira cinza desbotada.




Ainda tenta se vitimizar, o que não combina com sua postura de galo de briga em rede nacional. Com sua confusão estratégica passou o seguinte recado para o seu eleitor: sou um nocauteador, mas peço água na hora H.




O jogo ainda está sendo jogado, mas agora, tendo que fazer gol, Aécio está desmoralizado. Porque não tinha mesmo condições de se travestir de probo e guiar as hostes antipetistas pelos campos cultivados de ódio. Plantou vento e colheu ventania.




Nesta última semana vamos debater propostas? Pois bem, Aécio parece propor continuar tudo o que Dilma está fazendo e mudar algumas coisas. Para quem acredita no Deus Mercado e nos arcanjos do Estado Mínimo, ele vai mudar para melhor. Já pra quem ganha salário e precisa do Estado para equilibrar o jogo da vida...




É o jogo da democracia que será jogado nesta decisiva semana. A ver... e jogar!

sábado, 4 de outubro de 2014

VOTO RETO

Amigos e famílias,

Escrevemos porque achamos importante. Respeitamos todas as opiniões diferentes, essa diversidade é fundamental...

Escrevemos com nosso coração, porque acreditamos no país que estamos construindo.

Pedimos o voto em Dilma e no PT, porque acreditamos ser esse o melhor projeto para o Brasil hoje.

Tem muita coisa que precisa melhorar? Sim, sempre tem o que melhorar... Porém, precisamos nos apropriar de uma questão muito, muito importante que a Dilma e Lula fizeram que foi tirar 34 milhões de brasileiros da pobreza. E nos apropriarmos com o coração! O voto em Dilma significa acreditar que isso é muito importante e que precisa continuar. Essa transformação mudou a história do Brasil para sempre... dar continuidade para essas mudanças, apesar de todas as adversidades, é o mínimo que precisamos fazer!

Também pedimos o voto em Padilha (gov 13), Suplicy (sen 131) e Paulo Teixeira (dep fed 1398).

Agradecemos a atenção.

Um grande abraço e bom domingo à todos!

Edgard e Anny

domingo, 28 de setembro de 2014

SP: "Non Ducor Duco" Caducou




São Paulo tem em seu Brasão o Lema "Non Ducor Duco", que significa "Não sou conduzido, conduzo". A Capital representa toda pujança do estado mais rico, mais industrializado e mais populoso da nação.

Em 1990 o estado de SP respondia por 37% do PIB, e hoje responde por 31%. Está perdendo espaço. Apesar de ser o estado mais rico tem educação ruim, paga mal sua polícia, criou o PCC, sofre com falta d'água, com o flagelo do Crack tem esgoto a céu aberto e incrível concentração de renda.

SP com suas macro-urbanizações caóticas detém a maior concentração nacional do fenômeno de periferia, e sua perversa associação ao crime. Associação midiática, racista, que se associa à matança de jovens negros, vítimas do preconceito e da segregação social. A violência policial e a ausência do Estado acabam de compor um cenário explosivo para a violência urbana.

O Governo tucano de SP patina na solução do problema de mobilidade urbana nas regiões metropolitanas ao mesmo tempo que tem 56% do seu financiamento de campanha oriundo da corrupção no Metrô e na CPTM.

O povo paulista convive com o crime, a poluição, a corrupção, falta de saúde, de educação e até falta d'água, mas mantém a empáfia e de que é o estado condutor da nação.

Conduzindo pra onde?

O Governo tucano de São Paulo está na contramão da história e não se dá conta de sua solidão nacional, só quebrada pela solidariedade do DF, outra ilha sob influência da elite de grosso calibre. SP é disparado o estado mais reacionário da nação, de pensamento mais atrasado e mais conservador.

O pensamento político vigente no estado: os outros são os outros. Terra fértil para o mando do PSDB, por isso Dilma está atrás nas pesquisas somente aqui e no DF. Como diria Celso Furtado, a elite do Brasil é predatória. O povo não, mas a elite paulista é predatória do resto do país, é parasitária do sub desenvolvimento alheio, se aproveita economicamente da falta de estrutura dos outros estados.

O mais duro é ver parte do povo seguir esta elite tresloucada, que se estivesse solta no controle da nação nos levaria para o abismo em troca de brioches e espumantes no café da manhã.

O povo paulista é refém de uma esquema cíclico de aprisionamento político, pois o Governo do Estado não cumpre seu papel, deixa a cargo dos municípios a manutenção das políticas públicas, o pagamento dos encargos e custeios dos seus programas, e devolve os mesmos recursos, apropriados indiretamente, como miçangas eleitorais. Cada vez o Município se enfraquece mais e vira prisioneiro político do Estado.

O Paulista precisa superar essa sua Síndrome de Estocolmo e se desvencilhar emocionalmente do seu sequestrador. Chega de Alckmin, chega de dinastia tucana em SP.

Padilha é preparado, ágil e moderno e é, de longe, o melhor candidato para o Governo de São Paulo. Implantou o Mais Médicos em tempo recorde, e sob o seu comando o SUS se estruturou em um patamar superior de organização em gestão de recursos. Foi o articulador político de Lula no segundo mandato. 

Quem conhece sabe que ele trabalha duro, não tem hora, não tem local. Seus assessores precisam se revesar para acompanhar seu ritmo, e isso não é lenda, é verdade. Quem teve o mínimo de convívio com o Padilha sabe o quanto isso é verdade. O homem é um trator para trabalhar e, além de tudo, é genial. É uma pessoa arguta, com uma liderança rara e dono de um raciocínio de rapidez e precisão insuperáveis. Não é a toa que conquistou a admiração e a confiança do Lula

O Estado de SP precisa de uma mudança de verdade em seu caminho, pois o que está sendo percorrido não é digno de ser seguido pelo resto do país. Esta situação deslegitima SP como condutor da nave, posto do qual sempre pode ser apeado a qualquer momento.

O pensamento paulista está envelhecido, está caduco. O lema deixou de ser seguido. "Non Ducor Duco" não representa mais o povo de São Paulo.


A Política Maldita



Falar mal da política virou diversão nacional.

Há muito tempo que maldizer e zombar dos poderosos é uma forma de vingança social em situações de desigualdade social e opressão. Quando o popular ironiza o padre, o policial, colonizador, o nobre, o juiz, é como se invertesse o jogo da opressão, punindo com o humor aquele que oprime no dia a dia. A comédia é uma válvula de escape para a pressão social que ajuda a equilibrar conflitos. Zombar do político também é uma forma de inverter simbolicamente o jogo.

Entretanto, para muito além do esculacho popular, a negação da política está assumindo feições de ódio nas vozes da classe média alta e da elite. O mais forte discurso de criminalização da política hoje vem dos setores mais conservadores da sociedade e representam seus interesses.

Talvez seja uma manifestação de descontentamento da elite, com a contestação do status quo, com milhões e milhões deixando a pobreza e "ocupando" espaços antes exclusivos dos ricos. É insuportável para alguns ver pobres nos aeroportos. O Status Quo tradicional foi abalado nos governos Lula e Dilma.

É justamente golpear ou manter o status quo é o que diferencia a esquerda da direita. Algum tempo atrás entrou em moda dizer que não existia mais esquerda e direita. Essa moda passou. Hoje o que está em pauta no Brasil é a legitimidade da representação da esquerda e da direita. Quem é quem, é isso que importa no debate atual.

A direita no Brasil sempre teve grande adesão comportamental, mas pouca sustentação teórica e sofre com ausência de um consistente projeto político de longo prazo. Não temos grandes intelectuais de direita no Brasil, apenas diversos panfletários eruditos.

A combinação de platéia com a falta de discurso deixou uma grande parcela dos conservadores politicamente órfãos, o que forçou um deslocamento à direita da social democracia no Brasil, e seus antigos representantes a afinarem o seu discurso com o diapasão reacionário, reforçando as únicas bandeiras reacionárias de caráter geral: privatização, estado mínimo, isenção de impostos para o capital, enfim, neoliberalismo.

Este mesmo vácuo de poder à direita sugou o PT para o centro do espectro político, se transformando-o em um partido de centro-esquerda. E foi o PT que cumpriu no Brasil o programa da social democracia: o estado de bem estar social, que não representa o estado mínimo, muito pelo contrário, requer um estado forte para promover bem estar social à população.

Nesta busca por justiça social, o PT se manteve firme ao primeiro ideal da esquerda: alterar status quo; incluiu 34 milhões de pessoas na classe média e mudou a cara do Brasil. Temos que admitir que não cumpriu um centímetro do caminho rumo ao socialismo, mas bagunçou bem o tabuleiro dos grandes interesses.

No entanto esta transformação social promovida pelo PT gerou profundo incômodo na elite, e hoje se avizinha um cenário de luta de classes sendo delineado, para incredulidade de muitos ex-esquerdistas e ultra-esquerdistas.

A direita tem todas as armas: bancos, indústrias, comércios, jornais, tvs, igrejas, partidos, sindicatos patronais, sociedades "secretas", etc. A esquerda só tem a si mesmo, seus movimentos sociais, sindicatos e partidos.

Logo, se criminalizarem a política, se desmoralizarem ao máximo o Fazer Política, transformando-o em um ato vergonhoso, vencerão. Com a criminalização da política a direita perde um pouco, mas a esquerda perde quase tudo.

Este é o jogo que está posto. É jogar ou ser jogado.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A Sinuca de Bico chamada Marina



A entrada da Marina na disputa presidencial causou uma sinuca de bico em todo mundo.

O PT ficou sinucado porque já dava a eleição da Dilma como favas contadas, só estava em dúvidas se teria 2º Turno ou não. Agora já dá como certo o 2º Turno, e pode ter uma candidata mais competitiva no páreo. Os Petistas colocam as barbas de molho mas não mudaram a estratégia, até porque quem tem os resultados dos Governos Lula e Dilma para mostrar, não sobra muito tempo para falar dos adversários. É mostrar o que fez e desconstruir o discurso de ódio contra o PT repetido pela mídia e pela direita mais conservadora.  

Sinucados mesmo ficaram os Tucanos, que perderam o 2º lugar na disputa para a Marina, e correm sério risco de ficarem de fora do 2º Turno pela 1ª vez desde 2002, o que significaria uma derrota simbólica estrondosa para o partido e para o seu séquito conservador. Uma derrota ampliada pelo sumiço do DEM do cenário político nacional, o que deixa a direita tradicional sem representante nato.

Ou seja, os Tucanos precisam atacar Marina para terem chance de ir ao 2º Turno. Mas não podem bater descaradamente e de maneira oficial, pela boca do próprio candidato, senão, em caso de ficarem em 3º lugar, eles se colocam em situação delicada para apoiar a Marina em um eventual 2º turno contra a Dilma. Como assim, falaram tão mal e agora apoiam?

Todos já sabem como eles vão fazer para bater sem mostrar a mão, vão usar o maior partido político clandestino do Brasil: a mídia. A Veja já começou escalando o seu cachorro louco para desconstruir a Marina. Logo, logo, seus mais acéfalos seguidores vão começar a reproduzir o discurso, o que vai aumentar a rejeição da Marina entre a direita fundamentalista, dificultando um pouco o segundo turno para a neo-PSBista. Até porque a elite conservadora tradicional não confia na Marina de jeito nenhum.

Aécio no 2º Turno é um candidato pouco competitivo, e ele tem potencial de atrapalhar Marina com seu eventual apoio. 

Aí entramos na maior sinuca de bico: a da própria Marina.

Marina está em uma situação muito pouco confortável. O PSB, liderado por Campos, tinha fechado grandes acordos com setores conservadores, acordos estes que o partido colocou no papel e exigiu de Marina a sua assinatura para lhe dar a vaga de candidata. Deu o recado em alto e bom tom para todos: não confiamos em Marina. 

Marina ainda representa uma forte ruptura dentro do próprio PSB, que é uma espécie de PMDB com roupagem mais moderna, pois alguns de seus caciques já debandaram. O Secretário Geral e ex-coordenador de campanha Carlos Siqueira declarou: "da Marina quero distância", pouco depois de ter sido substituído por Feldman, que por sua vez já foi substituído por Erundina na coordenação da campanha. Logo a Erundina que declarou: "Marina Silva deseduca a sociedade".

Tem mais. Para se ter uma ideia do enrosco, o vice da Marina, Beto Albuquerque, é um ruralista. Quem diria que a defensora do meio ambiente teria como vice um ruralista? Que ironia! E de quebra vem o apoio da Monsanto, aríete dos transgênicos e inimiga número um dos ambientalistas. E os 3 maiores doadores de campanha de Campos são do setor do agronegócio: Atasuco, fabricante de sucos - R$ 1,5 milhão, a JBS, produtora de carne - R$ 1 milhão e Cosan, produtora de açúcar e álcool - R$ 1 milhão.

Falando em financiamento de campanha, além do já previsto aporte da Natura, agora é o Itaú que aporta na campanha de Marina através da herdeira Neca Setúbal, o que causa uma dúvida: se eleita presidente Marina de esforçaria para cobrar a dívida de R$ 18,7 bilhões do Itaú com o Governo Federal? Uma situação incômoda.

E por falar em incômodo, precisamos lembrar que Marina construiu sua história de vida dentro da militância política de esquerda, mas agora está tendo que ficar lado a lado com Serra, Alckmin, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen e, pasmem, Ronaldo Caiado, direitista raivoso e mais famoso ícone da bancada ruralista. 

É, a Marina vai ter que se explicar bastante se quiser continuar no páreo. Na outra eleição a imprensa tucana só elogiou, porque cada voto seu era um voto a menos para Dilma, na conta deles. Mas agora cada voto seu é mais um aceno de adeus para Aécio Neves. E cada pedrada hoje complica o discurso de aliança no 2º Turno.

Sinuca de bico.



domingo, 10 de agosto de 2014

O que é informação?


A informação é a percepção de um signo que altera um estado de certeza.

Comentários acerca do conceito acima enunciado.

Introito

Antes de qualquer outra exposição, cabe dizer que os conceitos são todos utilizados por empréstimo, são adulterados, apropriados, ressignificados e recompostos.

Não será negada qualquer inspiração, mas não passa disso: inspiração. Os conceitos, quando apontada sua matriz, que não se busque uma aplicação coerente com a original, pois não é este o caso. No entanto, por honestidade intelectual, vamos citar, na maioria das vezes, de onde sacamos uma ideia, mesmo que ela já não guarde muita semelhança com a fonte.

Aqui também não se pretende estabelecer qualquer verdade, mas sim oferecer uma interpretação. Não se trata de estabelecer um raciocínio irrefutável ou imune à crítica. Trata-se apenas de construir uma ferramenta cognitiva, que sirva para elaborar algum outro tipo de pensamento que seja válido, útil ou lúdico.

Percepção

A informação existe sem um receptor? Essa pergunta é muito difícil de ser respondida, e não há conclusão fácil. A princípio sim, podemos crer que a informação existe independente do receptor.

Por exemplo: o céu noturno contém muita informação para quem sabe interpretar, e existe independente do homem. Certamente podemos considerar o céu como informação, mas não como mensagem.

A mensagem implicaria a existência de um emitente, um meio e um receptor. Vejamos, um bilhete possui um emitente: quem escreve; um meio: o papel; e o receptor: quem lê.

Mas no caso do céu não há um emitente, a não ser que consideramos que o emitente seja Deus, o que implicaria um teísmo e, logo, na irrefutabilidade da tese, que nos termos de Karl Popper reduziria sua condição de proposição racional, quiçá científica.

Assim sendo, o que faz do céu uma informação é tão somente a existência da percepção deste por um receptor. Esta concepção deve agradar muito aos existencialistas e aos seguidores da fenomenologia, tornando as manifestações como fonte potencial de informação.

Signo

O entendimento como signo, na semiótica de Peirce, é devido a ampliação para além da linguagem, como registrava Saussure, podendo ser aplicado a outras formas de comunicação.

Como exemplo podemos citar a marca feita em árvores por ursos para delimitar seu território. Não é uma linguagem no sentido estrito, mas é um signo que pode conter muita informação, talvez vital para alguém andando na mata.

O signo, a rigor, poderia ser excluído do enunciado, podendo restar apenas: “a informação é uma percepção que altera um estado de certeza", o que o deixaria mais curta e elegante. Mantivemos o termo signo para não colocar todo o peso da definição na percepção, desconsiderando assim completamente o meio.

Certeza

Aqui entramos no campo da cognição e da lógica, posto que o conceito de certeza é de difícil apreensão. Precisamos então buscar a definição de Newton da Costa de conhecimento, como sendo uma "crença verdadeira e justificada". Precisamos separar certeza de conhecimento.

Uma certeza pode não corresponder ao conhecimento. Podemos ter certeza de algo que não pode ser verificado, ou que não pode ser justificado. Por exemplo: podemos ter certeza que o Zé está vivo, porque o vimos ontem, mas neste meio tempo o Zé pode ter morrido, apesar de minha certeza não ter sido abalada.

A certeza guarda relação direta com a crença. No caso, eu posso acreditar que tal pessoa está viva, e isso é uma crença, que leva ao estado de certeza. Mas esta certeza pode não ser verdadeira, pode não corresponder à realidade.

Podemos tomar como exemplo um paradigma superado. Era uma certeza medieval que o Sol orbitava em torno da Terra. Este é um bom caso sobre como a informação pode levar ao aperfeiçoamento do conhecimento.

Foram as informações oriundas do céu, percebidas por Kepler e Galileu, que levaram a alteração deste estado de certeza.  A certeza foi alterada por uma verificação que a crença medieval não correspondia a realidade, não era verdadeira.

Mas, para além de uma crença ser verdadeira, para se tornar conhecimento, deve ser também justificada, ou seja, ser comprovada através de argumentos racionais e científicos. No caso da órbita da Terra em torno do Sol, os modelos matemáticos justificaram a nova crença, tornando-a conhecimento.

Mas por que a informação deve ser definida como algo que altera uma certeza, e não como algo que acresce o conhecimento? Porque a informação pode ser falsa. Alguém pode me dizer que o João morreu, e ser mentira, mas não deixa de ser uma informação por ser falsa, é apenas uma falsa informação. Até então eu tinha certeza que o João estava vivo, e agora essa certeza foi abalada.

Originalidade e Redundância

Chegamos então a necessidade de alteração de um estado de certeza para comentar o último elemento de nossa definição.

Uma mensagem completamente redundante, que não altera o estado de certeza (ou de incerteza), não pode ser considerada informação. Se leio uma manchete de jornal: "Chacrinha morreu", essa mensagem não altera meu estado de certeza, pois já era de meu conhecimento que Chacrinha morreu.

A mensagem plenamente redundante não é informação. Mas não é informação para ninguém? Pode ser sim uma informação, pois, alguém desprevenido pode acreditar que o Chacrinha ainda está vivo, então para essa pessoa, a mensagem será original e de fato informará.

Isso confirma a relação da informação com o receptor, pois é no receptor que se resolve a redundância ou a originalidade da mensagem. A redundância não deixa de ser uma informação, pois se alguém me diz que João morreu, eu posso não acreditar, mas se 3 pessoas disserem, aumentará a minha certeza de que isso é um fato. A redundância ajuda a fixar a mensagem para o receptor.

Mas acima de uma certa taxa de redundância a mensagem deixa de ser informativa e se transforma em mera repetição, não fazendo mais diferença para o estado de certeza do receptor. Esta correlação, no binômio de Deleuze, entre Diferença e Repetição é fundamental para o entendimento do que é, e do que não é informação.

Vida

Por fim, olhemos para o DNA. Chega a ser um lugar comum que o DNA contém informação genética. Vamos testar a definição. O DNA leva a presente definição ao seu extremo, e é necessário um esforço de entendimento para a tornar aderente ao conceito.

O DNA é um código, que é contido no seu próprio meio: o cromossomo. Esse conjunto pode ser considerado um signo, pois sua "interpretação" pelo ser, ou pelo novo ser, carrega uma instrução, para agir, ou se desenvolver de uma determinada maneira.

O DNA não é "percebido" pelos sentidos, mas sim quimicamente, o que não deixa de ser uma percepção, assim como uma ameba "percebe" seu meio e reage a ele através de relações químicas. Levando ao extremo, nossos sentidos são processamentos cognitivos de percepções físicas e químicas. O que seria do paladar sem as reações fisico-químicas?

Por fim, o código contido no DNA altera o estado de incerteza do ser em questão. Se antes não seria possível afirmar que o ser seria alto ou baixo, o código contido no DNA confere esta certeza, que tal ser será ou alto, ou baixo. Após a informação contida no DNA ser "percebida" pelo ser, não resta dúvidas sobre a instrução a ser seguida.

Fica clara uma acomodação do exemplo para caber no conceito, mas o exercício que propomos não é o de espremer o conteúdo para caber no recipiente, mas sim alargar o recipiente, ampliar o entendimento do que é signo, percepção e certeza.

Este alargamento conceitual pode nos levar a contemplar a vida de outra maneira, estendendo ao íntimo de todo e qualquer ser a experiência cognitiva, ampliando assim as portas da percepção e da significação.

sábado, 12 de julho de 2014

Para um país em que FUTEBOL É MÁFIA, 7x0 foi pouco


Diagnóstico
CBF é uma máfia
Jogadores saem do país ainda menores de idade
Clubes são máfias
Futebol europeu gera renda com a transmissão do futebol e consegue pagar craques
Globo não deixa a transmissão do futebol brasileiro ser um sucesso internacional
Futebol brasileiro não gera renda com venda de direito de imagem
Torcidas organizadas são violentas

Prognóstico
CBF deve ser pública, profissional, transparente e séria
Brasil precisa gerar renda com o seu campeonato, inclusive com transmissão
Calendário de jogos deve ser anual e permitir o treinamento de times (jogos 4a e domingo não permite)
Brasil deve segurar seus craques no Brasil
CBF deve ser substituída por outra liga e ter formação de jogadores de base
A Liga que substituir a CBF deve ter um time base e treinar diversas vezes ao ano
A Liga substituta deve complementar o salário de craques para continuarem a jogar no Brasil

Conclusão
Para um país em que FUTEBOL É MÁFIA, 7x0 foi pouco
Fora Máfia da CBF e da Globo

sábado, 28 de junho de 2014

EUA financiam a onda de protestos mundo afora



Governos que não são subservientes aos interesses americanos devem cair.  Brasil incluso, claro.

Irã, Ucrânia, Egito, Líbia, Venezuela... Todos estes países foram ou são vítimas de uma mesma estratégia: desestabilização de governos através de protestos que exploram os ódios internos do país.

Financiadas pelos EUA ONGs "internacionais" promovem cursos de "protestos não-violentos", enquanto grupos se infiltram para promover baderna e violência.

Os "movimentos revolucionários" enlatados estão no Brasil também, usando inclusive movimentos sociais legítimos como massas de manobra.

Assista e tire suas próprias conclusões.




sábado, 17 de maio de 2014

A CIA na Copa?



O estilo de agitação política em torno da Copa é típica da CIA. Basta recordar o Irã em 78, e como a CIA agiu para desestabilizar politicamente o país. Basta olhar para os desafetos políticos na América Latina dos EUA.

O método da CIA é utilizar a raiva, o ódio e o preconceito do povo aplicados aos seus assuntos mais sensíveis para provocar agitação política e desestabilizar o sistema para preparar o terreno para que o povo aceite um golpe de estado.

Hoje no Brasil o judiciário é quem está pavimentando o caminho do golpe, mas dessa vez um golpe brando, e não militar. A via eleitoral será tentada primeiro, e as principais apostas são obviamente apontadas para os tucanos.

A falta de clareza política da população facilita o trabalho dos golpistas, fertilizando o solo para que se plante a discórdia através de falsas polêmicas e cortinas de fumaça ideológicas.

Teoria das conspiração para uns, possibilidade para outros, mas uma única certeza: a CIA mostraria a mão...

Leitura recomendada: Confissões de um Assassino Econômico - John Perkins.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

No Brasil as Elites são Predatórias



No Brasil as elites são predatórias. Não se importam com o país, com o bem estar da população, com a própria terra em que vivem.

Se pudessem morar todos em Miami ou Suíça, morariam. A nossa elite não gosta do nosso povo, não gosta do nosso país, está ideologicamente comprometida com os EUA e com a Europa. São meros admiradores dos países "ditos" evoluídos.

Um país que preserva e dissemina estes valores não pode dar certo, não pode sair da lama.

O estilo de vida Americano e Europeu não é viãvel, pois demanda uma utilização de energia que ultrapassa a capacidade de produção energética da Terra. Ou seja, se houvesse igualdade de condições, o mundo não seria possível, pois teríamos ter 6x mais recursos do que temos hoje.

Mas mesmo assim as pessoas sonham em terem níveis de vida tal qual os europeus ou os americanos. Este é o maior passo para a extinção que pode ser dado. E todos nós estamos dando este passo.

A ecologia dos desejos (o que nós desejamos para nossa vida), é muito mais importante do que a ecologia social, ou a ecologia ambiental. De nada adiantará alguma justiça social sem matas e mares. E estes não serão possíveis se continuarmos a desejarmos para nossas vidas os paradigmas europeus ou americanos de vivência. Precisamos mudar os padrões comportamentais para que o mundo se torne viável.

Este modelo de sociedade está falido, e só pode levar à falência da nossa sociedade. Não enxerga e não quer. Você é cego? Nós somos cegos?

Kiev, Caracas, Rio de Janeiro.



A extrema esquerda serve à direita sem saber, ou sabendo. Geralmente sem saber. Mas serve.

Aprendi isso quando era da extrema esquerda e, exatamente por isso, deixei de ser.

As manifestações na Ucrânia, Venezuela e Brasil, entre outras, estão todas alinhadas com os interesses Americanos (já me sinto perseguido pela NSA por ter afirmado isso) apesar de travestidas de interesses nacionais. Quem está com dificuldades de entender esta afirmação, por favor, leia este livro: Confissões de um Assassino Econômico (http://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%B5es_de_um_Assassino_Econ%C3%B4mico).

Diversos companheiros se sentem envergonhados de se posicionarem criticamente contra as manifestações atuais. São tomados pelo medo e pelo mãntra: "Se existe manifestação, sou a favor".

Ora, qualquer um tem direito a se manifestar, é claro. Se existe manifestação de massas é necessário escutar, dialogar, interpretar. Isso é óbvio. Que o governo do PT errou em (tentar ou conseguir) cooptar os movimentos sociais, também é óbvio. Que o governo Dilma errou em recriminar repasses financeiros à sociedade civil (ONGs), também é óbvio.

A única coisa que me intriga de fato: nada se fala contra a sonegação! Não pode ser classificada como politizada uma manifestação que não marcha contra a sonegação, que é, disparado, o maior desvio de recursos públicos do Brasil: R$ 450 bilhões, contra R$ 80 bilhões da corrupção.

E não pode ser coincidência que todas as agitações políticas acabam beneficiando os interesses dos EUA. E o pior, depois de tudo, do wikileaks, Snoden, ainda existem ingênuos, ou mal intencionados, usando o discurso da "teoria da conspiração". Acorda meu caro manifestante, você está trabalhando para a CIA neste exato momento. E eu não estou com medo.

Quem de fato se preocupa com a justiça social não tem medo de denunciar o uso das massas por interesses retrógrados. Mesmo que amigos e companheiros estejam recriminando tal posição, querendo "fazer moral" com os movimentos. Sem corajem suficiente para se posicionarem, a maioria opta pelo: "se existe contestação, sou a favor". Eu continuo sendo comprometido somente com minha consciência,  e não com a moralzinha que eu posso vir a disfutrar no "movimento". Que se ardam os "famosinhos" de esquerda. Não estou vendo debate polítizado, só o uso das câmeras de TV, só o império da Mídia, só a Sociedade do Espetáculo.

Se não existe uma faixa contra empresários e contra a sonegação, porque eu não posso dizer que estas manifestações são todas despolitizadas? Todos tem direiro a manifestar qualquer coisa, menos eu a minha opinião? Enquanto estas manisfestações não forem majoritariamente contra a sonegação, contra o lucro, contra o capital, contra o empresariado, eu as considerarei despolitizadas. Estou no meu direito de entender a política como eu acho que devo entender. Me desculpem, mas eu me nego a aseguir as massas.

Uau, que polêmica... desculpe-me por ser um polêmico...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Manifestações: contra tudo aquilo que não está aí...


Sócrates ensinava que podemos definir o que é através do que não é.

Pensando sobre as manifestações de rua de 2013. Havia alguns denominadores comuns entre elas, e a grita contra a corrupção era um deles.

Alguns podem crer que foi a maior pauta das manifestações. Vamos considerar: se esta é uma pauta que mobiliza de fato a população atualmente, por qual motivo não houve uma invasão nas ruas de São Paulo quando estourou o escândalo de corrupção no Metrô?

Logo, apesar de ter sido uma pauta constante, considerando o universo de São Paulo e a ausência de grandes manifestações contra o escândalo do Metrô, começamos a definir que as grandes manifestações não foram contra a corrupção, apesar desta ser uma das principais pautas.

E as manifestações, se foram contra a corrupção, não guardavam coerência racional com uma real demanda por economia de recursos públicos, uma vez que a corrupção é responsável pelo desvio de R$ 80 bilhões contra R$ 400 bilhões desviados pela sonegação. Não havia numerosos cartazes, nem gritos de guerra, contra os empresários ou contra a sonegação.

Protestar é válido, sempre, mas a grita contra a corrupção sem grita contra a sonegação, não pode ser uma pauta politizada, apesar de legítima. Certo?

sábado, 25 de janeiro de 2014

Vamos dar um rolezinho na nossa mente....



No início de 2014 o "rolezinho" tomou a cena no Brasil. Muitas interpretações surgiram, mas nenhuma negou a existência da segregação social como origem da situação. As que não consideraram tal situação não podem ser levadas a sério, por motivos óbvios.

Um ano de Copa do Mundo, uma festa em que só a elite pode participar ao vivo, em um país com imensas desigualdades, é um terreno fértil para manifestações. As desigualdades caíram drasticamente, mas persistem fortes ainda, e a TV não mostra sua redução.

E a direita, com entusiasmo da "extrema-esquerda", foi eficiente em arregimentar os jovens do país contra o governo que mais reduziu a desigualdade social na história do país, o que em si já é um grande contra-senso.

O exército de "coxinhas" foi para a rua sob batuta da pauta conservadora, defendendo até o que não conhecia, tal como a PEC 37. Ninguém em sã consciência pode imaginar que a negação da PEC 37 seja uma pauta popular, o que deixa muito claro o entrismo do MP no movimento.

A pauta de negar a política é, por definição, despolitizada. Só pode ser. Em debate com Gindre concluímos que as manifestações estão longe de se restringirem a isso, e sua interpretação mais complexa merecerá um post em breve.

O coitado do "passe livre" virou passageiro no "movimento" que desencadeou, e os mais diversos interesses utilizaram seus "porta vozes" para legitimar suas convocações sempre que possível. Os Anonymous foram rebocados também, todos rebuscados, cheios de charmes visuais e digitais, mas representantes da alienação política de uma maneira geral.

Os tais Black Blocs atuaram como "bobos da corte do capital",  virtualmente "destruindo" o capital, mas na prática legitimando o discurso da elite mais conservadora contra qualquer tipo de manifestação. O discurso corporal dos Black Blocs serviram como luva para a delimitação ideológica e para o aprisionamento do "movimento" pela TV e pelos Jornalões. Os Black Blocs são o sonho de consumo que qualquer PM inteligente. Entende?

O aparente paradoxo entre uma  rejeição à copa e a redução da desigualdade social só pode ser explicado pelo fracasso na estratégia de comunicação do PT, óbvia para qualquer observador mediano. 12 (doze) anos de governo, e nenhuma mudança foi feita na comunicação no país, o que facilitou que os indignados úteis, posteriormente amparados pela mídia, convocassem pelas redes sociais os jovens frequentadores das cadeias de fastfood nos shoppings para protestar contra a Política.

A mídia trabalhou com afinco para pregar a pecha de "corrupção" no PT, o maior partido de esquerda do mundo. E teve sucesso parcial por insistência da direita, mas também por insistência da extrema-esquerda sem pauta, e por permissividade da centro-esquerda, que passou 12 (doze) anos obedecendo aos meios de comunicação em relação às políticas públicas (ou à ausência delas) de comunicação.

E surge o rolezinho, que não tem nada a ver com isso tudo, mas ao mesmo tempo tem tudo a ver, porque o PT promoveu a ascensão à classe média sem promover nenhuma, absolutamente nenhuma, modificação na consciência política das massas.

"Promoveu" milhões e milhões de pessoas para a classe média e entregou a consciência destas massas para os valores burgueses e reacionários, prato cheio para as novelas e jornalões.

Agora fica difícil reclamar, pois teve a chance de democratizar a comunicação e não fez. Agora tome reação reacionária, em todos os sentidos, inclusive os redundantes. A falta de visão estratégica resulta nisso, e esta constatação coloca em xeque a idolatria dos ídolos da esquerda que todos cultuam.

Durma-se com este barulho PT. Não democratizou as comunicações, achando que isso não era importante para o projeto estratégico, ou meramente secundário... agora vai ter que adoçar a colheita deste fruto amargo.

Será que vamos aprender?

Mas como o Paulo Bernardo continua muito bem o trabalho do Hélio Costa, parece que o PT continua a cultivar suas próprias sarnas... E reclama de coçá-las, mas as coça!

Enfim, um pouco de verdade pode doer aos companheiros, mas a falta dela dói muito mais... muito mais...

domingo, 5 de janeiro de 2014

Vem pra rua vem... eu sou manipulado, você também...



Neste Natal, o PSDB deseja que durante a Copa as ruas sejam tomadam por alienados indignados. Alguém vai obedecer bovinamente? Para quem protestar é uma questão de vida, de ideologia, de necessidade; este protesta quando quer, quando a demanda se expressa, e não quando a mídia manda ou quando a direita quer.

Quem protesta só quando a câmera aponta, pelo preço da coxinha, contra "tudo que está aí", contra a Política, contra a "corrupção", é o mesmo que se esconde quando os conservadores atacam os direitos humanos, que vota em neonazista, que gasta horrores na balada, que aplaude os paladinos (tipo Demóstenes Torres e Joaquim Barbosa) e que nada diz contra a sonegação, que é 5x maior do que a corrupção (tudo contra a corrupção, que fique claro).

O PSDB quer todo mundo na rua, deseja manipular as massas. E o PSOL acha que está fazendo a revolução promovendo o "entrismo" no Anonymous.Br. Funcionam como força auxiliar dos tucanos e se acham "heróis do movimento popular". E (parte d)o Anonymous.Br se acha justiceiro pacas, mas se coloca a favor dos interesses dos setores mais conservadores da sociedade sem se dar conta. O pior alienado é aquele que nem percebe a quem serve sua ação.

Quem vai pra rua faz política, e tem que saber que faz política. Ir para a rua gritando contra a política é algo como amaldicionar o adultério para seu/sua amante.

Faça política mas não seja usado, não seja ingênuo, não seja massa de manobra. Vá pra rua, mas não quando a câmera aponta, não quando a mídia manda. Você está a serviço dos interesses de quem?

O que foi invertido quando?


A humanidade fracassou
O dilema ético prosperou

A filosofia nada resolveu
É bela, é complexa, é admirável
E a mulher sofre ainda mais que o homem

Tudo já foi pensado, pouco foi absorvido
Os nossos se comportam como outros, como estranhos

Os mais refinados recados os Deuses já enviaram
Mas nenhum evitou as mazelas cotidianas
Não resolveram os problemas das pessoas
Não evitam o sofrimento de cada dia

Os conhecimentos e os recursos são meros caminhos
Que conduzem à mesquinhez e à exploração

O futuro é adivinhação, ficção, desejo pessoal
Nunca um legado de pensamentos e ações
As gerações futuras simplesmente não são

Machismo, preconceito, pobreza, violência...
Abundância de idiotice, fartura de ódio

3 Vivas à tecnologia

Viva ao jovem
Viva à moda
Viva à novidade

Morte à tradição
Morte à prudência
Morte à sabedoria

Quem inverteu o quê?
Quando?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Eu odeio política. Eu te odeio. Eu me odeio.


Preparem-se para a pior campanha política da história do Brasil. O nível será baixíssimo, e esta é uma tática que favorece aos conservadores.

Não interessa a argumentação, confronto de dados ou o debate de ideias. Interessa a agressão, a despolitização e a baixaria generalizada.

Interessa à direita que as pessoas odeiem cada vez mais a política, que tenham nojo, que sintam repulsa, pois assim estarão odiando "toda essa bandalheira que está aí", e sentirão impulso de "mudar tudo". É óbvio que esse tipo de pensamento interessa à direita, que está fora do poder.

Quem odeia a política odeia a si mesmo, porque o preço do feijão depende da política. Já que a política é inevitável, que a decisão política seja partilhada por todos, isso é a tal Democracia.

Se você se pegar odiando, sentindo repulsa ou nojo da política, pare e pense, pois você está sendo manipulado. Sua indignação está sendo manipulada, e seu ódio está sendo usado para abastecer os cofres políticos da elite.

Então veja bem, analise e decida-se por aqueles que não tem ódio nas palavras. Os que usam o ódio querem que vc odeie junto com eles, e que o do ódio se construa uma nova ordem.

Isso pode acabar bem?

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