segunda-feira, 30 de março de 2015

Brasileiro indignado: um prato cheio para a CIA


Todos os países com governos de esquerda na América Latina estão passando por um processo de desestabilização política através de um método antigo da CIA: utilizar os ódios internos do povo contra si mesmo e rotular os governos de corruptos para derrubá-los.

Este método é utilizado pelos serviços discretos dos EUA em diversos países desde a década de 50, com mais ou menos sucesso, a depender da acuidade intelectual das lideranças nacionais de cada país e do grau de entreguismo de sua elite. As intervenções americanas vão desde agitação política até golpe de estado ou guerra aberta.

Para refrescar a memória: Síria (1949), Irã (1953, 1980), Guatemala (1954), Cuba (1959), Congo (1960), República Dominicana (1961), Iraque  (1963), Vietnã do Sul (1963), Brasil (1964), República do Gana (1966), Iraque (1968, 1973 e 1992-95), Chile (1973), Afeganistão (1973), Argentina (1976), Afeganistão (Década de 1980), Turquia (1980), Nicarágua (1981-1990), El Salvador (1980-1992), Camboja (1980-1995), Angola (Década de 1980), Filipinas (1986), Guatemala (1993), Sérvia (2000), Venezuela (2002) e Haiti (2004).

No manual de intervenção internacional o primeiro capítulo é sobre a cooptação da elite nacional. É frequente na história recente a colaboração de líderes nacionais, órgãos de imprensa e altos executivos com os interesses americanos em troca de recompensas materiais. WikiLeaks deixou claro com quem a embaixada americana conversa no Brasil: tucanos e representantes da grande imprensa.

No segundo capítulo vem o financiamento e a organização de grupos com o objetivo de promover a desestabilização política de governos não alinhados com os interesses americanos. Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e Brasil apresentam sintomas semelhantes, oriundos da mesma cartilha.

Eis que se constata que o rapaz que lidera o movimento "Vem Pra Rua", Rogério Chequer, consta na lista vazada pelo WikiLeaks  como destinatário de mensagens da Statfor, um suposto braço da CIA. É um fio que, se bem puxado, pode mostrar como se faz um tecido com a meada yankee.

É disso que se trata, de desvalorizar, fatiar e privatizar a Petrobras, quebrar grandes empreiteiras brasileiras e substituí-las por americanas, paralisar o BNDES e impedir que o Brasil invista em infraestrutura e se torne uma potência de fato.

No tiroteio ideológico são manobradas as raivas e ódios internos de maneira que o resultado seja uma afronta aos interesses nacionais. É exatamente isso que está acontecendo hoje em dia: os indignados úteis foram envenenados pela fúria anti-PT e estão se permitindo serem utilizados como massa de manobra para os interesses americanos.

Se pode concluir que a CIA é mais efetiva que a direita nativa para colocar em curso um processo de desestabilização política e, ao fazê-lo, o faz direcionado aos seus interesses, claro. E resta ao conservadorismo local aplaudir os bárbaros em seu caminho de destruição, sem se darem conta de que aplaudem a entrega de seu próprio país aos interesses do império.

A elite local, engenhosamente, manda ao sacrifício todo o rebanho para livrar o gado dos carrapatos. E como tem carrapato... que o digam o Irã, Afeganistão, Nicarágua, El Salvador, Venezuela, etc.

Compartilhar

Share