sexta-feira, 9 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Serra não registra programa de governo. Impugnação?

O TSE deveria impugnar o registro da candidatura do conservador José Serra, por não ter apresentado as diretrizes do seu programa de governo como exige a regra eleitoral. No seu lugar foram entregues dois discursos proferidos pelo candidato em eventos partidários. A distinção entre discurso e programa de governo é clara e pacífica.

Em um movimento sincronizado a candidatura conservadora e imprensa se esforçam para criar "fatos" favoráveis e esconder o que não interessa. Enquanto o candidato Serra propagandeia que Dilma trocou seu programa eleitoral, a imprensa repercute com estardalhaço o discurso do candidato. No entanto nada é noticiado sobre o fato da candidatura Serra ter descumprido a exigência legal de apresentar o seu programa de governo. Cortina de fumaça, a mesma tática do "dossiê" que nunca existiu.

Em uma sucessão de equívocos, a campanha usa como bordão o preparo do candidato e sua capacidade de planejar, mas não tem sequer um programa de governo a apresentar. O fato demonstra a incapacidade do campo político conservador em elaborar uma proposta política que contenha um projeto de nação para o Brasil.

O País, que almeja assumir um papel de negociador no cenário internacional, mereceria ter uma democracia mais robusta, com debate mais franco e propositivo entre suas forças políticas, para que ficasse clara a possibilidade de escolha entre caminhos políticos distintos. A proposta da centro-esquerda está posta: crescimento sustentável com justiça social; sem propostas próprias o campo conservador, tenta se apropriar da proposta alheia e dizer que é sua.

A ausência das diretrizes do programa de governo do Serra não é um deslise ou uma falha, mas sim um sintoma da doença que atinge a direita nativa: sua redução a um amontoado de caciques com discursos sem propostas, com manobras táticas sem estratégia. A campanha Tucana sinaliza à esquerda e vira à direita. Afirma que vai continuar tudo igual, mas que tudo vai mudar.

Sem programa e sem estratégia, sua tática é arriscada, pois tenta sustentar a candidatura afirmando ao mesmo tempo duas coisas distintas: que o Governo Lula é bom, e que o Governo Lula é ruim. Ao tentar confundir a todos, confunde inclusive os seus próprios seguidores, planta desconfiança entre suas fileiras e os obriga a lançar mão da calúnia e do preconceito como argumento eleitoral.

O campo conservador se acostumou a manter o poder através de truques eleitorais com apoio da mídia. No entanto esta técnica perdeu sua eficácia absoluta, hoje precisam enfrentar um Mister M digital. Os tempos de conforto do exercício do poder absoluto os deixaram mal acostumados e destreinados, e hoje assistem o seu poder tradicional se dissolvendo lentamente, enquanto chafurdam nas redações atrás de um projeto para o país.

Nestas circunstâncias embaraçosas para tucanos e aliados, parece até ser um luxo a candidatura petista ter dois ou mais programas disponíveis para registrar. Por solidariedade poderia emprestar um deles aos tucanos, para tentar elevar o nível do debate político no país.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Oposição sem rumo

A direita conservadora está em crise no Brasil. Os conservadores do país se envergonham de sê-lo, e negam também que são de direita reafirmando o bordão pós queda do muro de Berlim, de que não existe mais direita nem esquerda. No entanto este bordão só é repetido pela direita, pois as esquerdas se orgulham de continuar sendo esquerda.

A antiga vantagem atribuída a direita de ser sempre unida, enquanto a esquerda sempre se divide, talvez não seja mais tão válida quanto foi um dia, pois hoje as esquerdas continuam divididas, mas a direita começa a apresentar rachaduras indeléveis.

Parte do seu público cativo, a elite e o empresariado, estão hoje contentes com o governo de centro-esquerda e não encontram muitas vantagens em continuar apoiando o discurso conservador, pois passaram a acreditar que esses trazem mais risco ao país do que aqueles. Neste movimento muitos políticos de centro foram atraídos para o campo governista com o objetivo de desfrutar das vantagens inerentes.

Com a dificuldade da direita em manter seus quadros e atrair novos, manter a atualidade do seu discurso e tecer alianças, o seu rumo político passou a ser errático e pavloviano: só agem de maneira condicionada a repercussão dos seus atos. E como a grande imprensa é parte integrante da direita conservadora, as repercussões são distorcidas e viciadas, tornando-se uma referência móvel. A grande mídia divide-se entre manter o otimismo da campanha e mandar recados avisando a oposição sobre seus erros gritantes, confundindo-os.

A própria elite política de direita não se junta mais como antes, pois estão envergonhados um dos outros, e isso se torna mais evidente na relação PSDB e DEM, pois o primeiro está obviamente com vergonha do segundo, principalmente devido a corrupção do DF. O PSDB ainda se envergonha do governo Yeda no RS, e os candidatos locais se envergonham de estarem ao lado de um provável perdedor, o Serra. Todos estão se evitando, como evitam o FHC em atos públicos.

A dificuldade na escolha do vice revelou uma grande deficiência na sua capacidade de articulação política. Os "vai e vens" constantes deixam claro que os movimentos são táticos e não estratégicos, e que os líderes políticos da oposição estão perdidos, à deriva. A falta de habilidade na condução do processo é latente, chegando ao amadorismo dar a tarefa ao Roberto Jeferson de anunciar o vice fake Álvaro Dias, que ficou apenas alguns dias como vice. Agora o Indio da Costa (DEM/RJ) foi escolhido para vice, pelo DEM do RJ, para sobrar uma vaga na Câmara para Rodrigo Maia, que corria o risco de ser um cacique sem índio.

A forma desastrosa como foi conduzida a escolha do vice Demo-Tucano antecipa o desestre que seria a articulação política caso fossem eleitos. Em resumo a direita está sem rumo. Não se assume como direita, se envergonha dos seus pares, dos seus governos e das suas bandeiras históricas. Neste momento nem os conservadores se sentem seguros de votar na direita nativa.

Eleições 2010

Eu apóio Dilma para Presidente

Em São Paulo
  • Mercadante - Governador
  • Marta - Senadora
  • Paulo Teixeira - Deputado Federal
  • Simão Pedro - Deputado Estadual

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