segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Zeca Baleiro: Um Voto Crítico, Mas Convicto




O direito à oposição e o anseio pela alternância de poder são pressupostos básicos de um estado democrático. Desejar e acalentar o sonho de mudanças também é uma natural aspiração de todo cidadão.

Acho o governo Dilma criticável, como todo governo o é. Acho o PT criticável também, como todos os partidos o são. Como todo brasileiro, anseio por mudanças que urgem, embora reconheça que há mudanças políticas em curso neste governo que são louváveis. De qualquer modo, embora Dilma tenha seus pontos vulneráveis, não vejo adversário digno de sucedê-la. Mudar por mudar não me parece conveniente. Um dos argumentos mais usados pelos detratores da atual presidente e seu partido é o de que “estão há muito tempo no poder”. Esquecem que os tucanos há 20 anos ocupam o trono do governo de São Paulo (e há tempos vêm cometendo pecados sem perdão como o desmando irresponsável que gerou a crise de abastecimento de água no estado), isso sem falar nas oligarquias do Maranhão, há 48 anos roendo o osso do poder, e a de Alagoas, há outros tantos anos se perpetuando na política local (e estes casos nem devem ser levados em conta, pois, além de antidemocráticos, são imorais).

Um governo comprometido socialmente deve dirigir o olhar primeiramente aos desfavorecidos, aos excluídos do jogo social, isso é óbvio. Este governo que aí está fez isso. E o que não faltam no Brasil são pessoas vivendo em quadro de pobreza extrema, privadas dos direitos básicos de cidadão, massa de manobra barata para oligarcas usurpadores. Quando o buraco é muito fundo – e o fosso social no Brasil é pra lá de fundo -, não há como não ser assistencialista, infelizmente. Uma das frases feitas que mais me indignam neste pobre debate político (debate entre aspas) é a máxima hipócrita de que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe”. Ora, como ensinar a pescar um sujeito devastado pela fome e pela doença?

Outro argumento usado à exaustão é o da corrupção, e não podemos nos enganar - todos os partidos, quando ocupam o poder, caem em tentação, para nossa desgraça. A diferença básica neste Fla-Flu de corruptos é que os do PSDB seguem impunes, os do PT nem tanto. Só a punição exemplar desses bandidos somada à vigilância social mais ferrenha poderá fazer banir esta "cultura da corrupção" que hoje impera no país, ou ao menos reduzir os seus índices.

Não sou petista nem sou apegado a partidos ou candidatos. Voto com independência. No primeiro turno, meu voto foi dividido entre candidatos do PSOL, do PSB e do PT. Isto me parece coerente. Se nos próximos anos aparecer uma grande e confiável liderança política de outro partido, não hesitarei em mudar meu voto, desde que seu projeto tenha viés socialista, único projeto político que penso ser viável no mundo de hoje. Isto também me parece coerente.

O que não me parece coerente é ver a ex-candidata Marina Silva, arauta da “nova política”, anunciando seu apoio à candidatura Aécio Neves. Todos sabemos que a sua trajetória de luta contra os barões malfeitores do Acre a aproxima ideologicamente mais do PT, e não foi à toa que ela assumiu a pasta do Meio-Ambiente no governo Lula. Isto que ela agora faz é velha politicagem, jamais nova política. Sabemos para onde miram os políticos do PSDB, e no que vai resultar um novo governo tucano (e faço questão de afirmar o mesmo repúdio às alianças eleitoreiras do PT com velhos caciques paroquiais como Sarney, Collor e Calheiros).

Se a intenção de parte do eleitorado era destronar o PT e Dilma a qualquer custo, então que votasse num partido mais à esquerda (sim, eles existem) e não num partido que reza na cartilha do datado neoliberalismo que levou à convulsão social e ao desemprego massivo países europeus sólidos como França e Espanha, e que quase levou o Brasil à bancarrota, na era FHC. Este, por sua vez, sociólogo pós-graduado na Universidade de Paris, tem como hobby disparar frases infelizes, como a recente declaração preconceituosa e separatista sobre os nordestinos e seu voto, segundo ele, catequizado. Com todo o respeito que possa merecer, o ex-presidente está na Idade Média da Sociologia. Avançamos muito nos últimos anos em termos de “pensamento social”. Não há porque retroceder.

Votarei em Dilma e, caso ela seja eleita, terá em mim um crítico implacável de seu governo. É assim que entendo o que chamam de democracia. O resto é balela.

P.S.: Peço aos internautas que queiram comentar, criticar ou divergir do meu texto, que o façam civilizadamente, com argumentos embasados, não com ofensas ou baixarias. De baixo, já basta o nível do debate dos nossos candidatos na corrida eleitoral.

Zeca Baleiro

(17 de outubro de 2014)

O erro de Aécio




Aécio Neves assistiu de camarote o PT revelar ao Brasil as contradições de Marina Silva e a fragilidade de sua candidatura. Se preservou, tirou lascas do processo e atacou Marina de maneira dosada, pois precisava ir para o 2º turno. E conseguiu.




Ficando escanteado manteve baixa sua rejeição, enquanto Marina e Dilma pagaram o preço do embate direto. Teve uma votação acima da expectativa e seguiu animado para o 2º turno.




Tudo certo, seria hora de acirrar os ânimos antipetistas, reforçar o bordão da corrupção, ganhar o páreo e sair para comemorar junto com os próceres da elite, barões da mídia, banqueiros, embaixadores, etc.




Mas, havia uma pedra no meio do caminho, chamada moral. O discurso antipetista é, via de regra, acompanhado de um ranço raivoso, apoiado em alguma fala moralista. Como vimos no caso Demóstenes Torres, atrás dos discursos mais moralistas escondem-se imoralidades inconfessáveis.




Décadas foram gastas pela elite e pela imprensa para construir esta narrativa antipetista, uma narrativa emotiva, que apela para a raiva, para o ódio, para o preconceito. Uma narrativa irracionalista, conforme a escola de Washington professa.




Quando Aécio partiu para o golpe de misericórdia, com o machado moralista em riste, se ergueu um escudo petista nas redes sociais. Os petistas, ao contrário do que diz FHC, são muito bem informados e mostraram ao Brasil quem é Aécio Neves.




E mostraram um Aécio muito diferente do Aécio da propaganda. O Brasil viu revelada uma pessoa que não reúne as menores condições de empunhar a bandeira da moralidade, pois convive com uma miríade de escândalos ao seu redor.




Quando Aécio achou que tinha nocauteado a Dilma, beijou a lona da rejeição, pois o Povo Brasileiro parece recusar a agressividade e o destempero para quem quer ocupar o cargo máximo da Nação.




No auge da agressividade Aécio foi derrubado por um tapa dado com luva de pelica pela Dilma: o Presidente do PSDB extorquiu a Petrobras em R$ 10 milhões. A partir deste momento se recusou a responder sobre a Petrobras, desviou o assunto e levantou uma bandeira cinza desbotada.




Ainda tenta se vitimizar, o que não combina com sua postura de galo de briga em rede nacional. Com sua confusão estratégica passou o seguinte recado para o seu eleitor: sou um nocauteador, mas peço água na hora H.




O jogo ainda está sendo jogado, mas agora, tendo que fazer gol, Aécio está desmoralizado. Porque não tinha mesmo condições de se travestir de probo e guiar as hostes antipetistas pelos campos cultivados de ódio. Plantou vento e colheu ventania.




Nesta última semana vamos debater propostas? Pois bem, Aécio parece propor continuar tudo o que Dilma está fazendo e mudar algumas coisas. Para quem acredita no Deus Mercado e nos arcanjos do Estado Mínimo, ele vai mudar para melhor. Já pra quem ganha salário e precisa do Estado para equilibrar o jogo da vida...




É o jogo da democracia que será jogado nesta decisiva semana. A ver... e jogar!

sábado, 4 de outubro de 2014

VOTO RETO

Amigos e famílias,

Escrevemos porque achamos importante. Respeitamos todas as opiniões diferentes, essa diversidade é fundamental...

Escrevemos com nosso coração, porque acreditamos no país que estamos construindo.

Pedimos o voto em Dilma e no PT, porque acreditamos ser esse o melhor projeto para o Brasil hoje.

Tem muita coisa que precisa melhorar? Sim, sempre tem o que melhorar... Porém, precisamos nos apropriar de uma questão muito, muito importante que a Dilma e Lula fizeram que foi tirar 34 milhões de brasileiros da pobreza. E nos apropriarmos com o coração! O voto em Dilma significa acreditar que isso é muito importante e que precisa continuar. Essa transformação mudou a história do Brasil para sempre... dar continuidade para essas mudanças, apesar de todas as adversidades, é o mínimo que precisamos fazer!

Também pedimos o voto em Padilha (gov 13), Suplicy (sen 131) e Paulo Teixeira (dep fed 1398).

Agradecemos a atenção.

Um grande abraço e bom domingo à todos!

Edgard e Anny

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