terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A Síndrome de Estocolmo e o sequestro da opinião pública



A mídia hoje de fato detém poder real, e este poder está a serviço de certos interesses. É demais pedir a qualquer um que seja ingênuo o suficiente para acreditar que as intenções destas corporações são as melhores possíveis, carregadas de bondade, altruísmo e compaixão universal.

Estas corporações devem ser tratadas como tais: corporações. Com seus interesses empresariais, políticos e sociais antes de tudo mesquinhos, voltados para sua própria preservação e para promover uma vida de luxo para os seus chefes e trabalhadores mais graduados.

Se constitui ou não um 4º poder, este é um debate a ser feito. O fato é que este agrupamento de corporações de mídia se comporta como um poder político, que participa como protagonista cotidiano na disputada eleitoral em uma situação extremamente confortável, pois não está totalmente sujeito às regras do jogo.

A mídia brasileira quer continuar acima das regras, ao largo da lei. Quer continuar a portar a licença para matar, para assassinar reputações, para distorcer a realidade, para usar a manipulação da informação como fonte de poder e lucro.

Jogando mais uma vez o jogo político, a mídia empunha todas suas armas para travar uma guerra contra a democratização da comunicação e a regulação econômica. E suas armas contam novamente com a desinformação da população, presa fácil para os argumentos maniqueístas.

Só pessoas desinformadas não são capazes de reconhecer o maniqueísmo e se livrarem da sua capacidade de manipulação em massa das mentes. O argumento de fundo é tão simplista, que denuncia a precariedade do debate político no Brasil, a fraqueza da formação política do nosso povo.

Nas entrelinhas estas corporações dizem todos os dias para sua audiência: todos os esquerdistas são maus, em especial os petistas, e eles querem calar nossa voz, que é a única que defende a verdade e o interesse nacional.

Tentar manipular uma outra mente usando o maniqueísmo, é insultar a inteligência da pessoa alvo. Mas quando a audiência acolhe tal argumento, e ainda o reproduz com claro regojizo, se evidencia a prova do grau de nocividade cognitiva que tal imprensa produz na população.

Em resumo: a mídia tem interesses, estes interesses não são "nobres", não são coincidentes com os interesses do povo, e a ampla falta de regulação lhes interessa e lhes favorece. Esta imprensa divide o mundo entre bons e maus e rotula como mal intencionado qualquer um que defenda interesses contrários aos seus.

Sem se dar conta de que atua como massa de manobra parte da população sai em defesa dos interesses dos outros, dos interesses da mídia, como se fossem seus próprios interesses. As corporações de mídia defendem a pura liberdade de manipular e conseguem fazer com que seus manipulados sejam os primeiros a oferecerem seus corpos como escudos humanos nesta guerra.

É como se os sequestrados defendessem seus sequestradores, ou como se os escravos fossem os primeiros a lutar em favor da escravidão.


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