terça-feira, 30 de outubro de 2012

A política do ódio


As pessoas se orgulham de cultivar o ódio aos partidos políticos no Brasil. Sem saber odeiam a própria democracia, que só é possível através dos partidos políticos. A política reflete a maturidade de uma nação, e nada mais imaturo do que praguejar e não fazer nada para mudar.

Muitos pensam que estão fazendo algo quando amaldiçoam os partidos, mas estão apenas participando ativamente da engrenagem da alienação: estimulando o imobilismo, aumentando a crença de que todos são iguais, nada tem jeito e nunca vai mudar. Trabalham efetivamente para as forças sociais conservadoras, mas se consideram heróis da resistência ética e moral.

Os que concordam com o regime político atual – democracia - e se sentem impelidos a participar, devem se posicionar ante aos partidos: ou concordam com algum, ou tentam transformar outro ou criam um novo. Pregar contra todos é cômodo e oportunista. Salvo aqueles que discordam da democracia em si.

Mas o pior sintoma deste quadro político é a presença do ódio como discurso. Ele parece ser elemento fundamental da política nacional: nas eleições o povo sempre é estimulado a odiar alguém ou algum grupo. Será que um bom futuro pode ser construído com base no discurso de ódio, em xingamentos públicos, em ofensas destrutivas?

Esta é a prática política atual, é o retrato do povo Brasileiro. Incômodo retrato, que só os outros aparecem. São sempre os outros que odeiam.

A má qualidade dos nossos políticos só reflete o desalinho do nosso tecido social. E a chave da transformação não pode ser o ódio. Aliás, o amor é muito mais gostoso...

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