segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Transformação política no Brasil

O resultado das urnas confirmou o amadurecimento político do país. Em número absoluto de votos PT, PSB e PDT cresceram, o PSD surgiu em órbitas governistas, PMDB, PSDB e PP cairam. O DEM despencou.

Veja o quadro de votos no primeiro turno: PT - 17.188.748; PMDB - 16.665.662; PSDB - 13.842.265; PSB - 8.600.892; PDT - 6.248.481; PSD - 5.813.451; PP - 5.379.256; e DEM - 4.529.936

O PT é o maior partido do Brasil em número de votos. É um grande partido, com muitas disputas internas, habitado por alguns aproveitadores, mas que penetrou o coração das massas com sua política de promoção da justiça social. O partido precisará ter sabedoria para não se desviar para o populismo nem cair no clientelismo tradicional da política nacional.

O bombardeio midiático não surtiu os efeitos desejados pelos seus barões, e até surtiu efeito inverso. Ao saturar a audiência com o mantra do mensalão a mídia colaborou para banalizar o tema. Ao mesmo tempo na internet divulga-se que os outros partidos são os campeões de corrupção segundo dados oficiais, e fica mais evidente o interessado silêncio da mídia sobre o que não lhe convém. A grande mídia no Brasil está desacreditada.

O país carece do surgimento de grandes grupos alternativos de comunicação, que disputem a audiência em todos os meios: TV, Rádio, Internet e Impressa, para democratizar o acesso a informação garantindo a multiplicidade de opinião. E o amadurecimento político depende de uma prática mais qualificada dos meios de comunicação na política. Enquanto estes forem meros agentes de interesses particulares, o processo de instalação da democracia não estará completo.

Mas sobretudo é necessário mudar o financiamento de campanhas tornando-o mais público e menos privado. O financiamento privado implica em compromisso do político eleito com interesses empresariais, nem sempre republicanos. O impacto nos cofres públicos desta lógica política perversa é diversas vezes maior do que o financiamento público, mas há um incômodo silêncio sobre o tema.

Avançamos nestas eleições, e podemos avançar mais ainda fora do período eleitoral, lutando pela reforma política e pressionando os parlamentares para que estes privilegiem os interesses do povo em detrimento dos interesses das oligarquias políticas.

A democracia no Brasil amadureceu e se fortaleceu, mas passos decisivos ainda precisam ser dados. E é preciso coragem para caminhar.

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