quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quebra de Sigilo. Sigilo o quê? A opinião do povo e a opinião da mídia...

Preciso confessar: violei o sigilo da conversa duas senhoras na fila do banco. Não consegui resistir e prestei atenção na conversa delas sobre política. Vou reproduzir um trecho o diálogo, com alguma imprecisão:
• O que você acha dessa história de quebra de sigilo?
• Você já declarou Imposto de Renda alguma vez na vida?
• Não
• Então.. nem eu. Todo mundo sabe que eu sou pobre, não preciso esconder isso de ninguém, não preciso de sigilo nenhum. Esse tal de sigilo sempre esconde bandido, ladrão, e depois eles vem falar que é pra proteger a gente. Pobre não precisa disso não, eu não caio nessa.
• Em quem você vai votar?
• Vou votar na Dilma, é claro. Minha vida melhorou, todo mundo da minha família tá empregado, as crianças estão na escola, não falta comida boa e nós conseguimos comprar um monte de coisas lá pra casa.
• É, eu também tô achando o voto mais certo

É necessário dizer que o direito ao sigilo é um direito à privacidade, que todos devem ter esse direito preservado, seja de rico ou seja de pobre, não deve ser violado. Reproduzo este diálogo captado através das ondas sonoras em local público não para endossar alguma opinião, mas sim por considerar que é representativo da opinião popular.

E é a respeito disso, da opinião popular, que o PSDB e a grande mídia estão demonstrando nada entenderem. E também não estão entendendo que sua influência e seu poder de causar "efeito dominó na opinião pública" não é mais o mesmo. Quanto eles tentam usar seus super-poderes e eles falham, ficam irritados e indignados, como os reis e suas cortes devem ter se sentido em relação ao surgimento da república.

Um tempo atrás o que se publicava nos jornais, e principalmente o que se mostrava na TV, formava a "opinião pública", que era reproduzida pelos "formadores de opinião" às pessoas menos instruídas e o efeito em cascata acontecia, conferindo uma desproporcional influência os meios de comunicação sobre o processo político. O país está mudando e as pessoas também, que hoje possuem mais opinião própria e, apesar de continuar assistindo TV, já não acreditam em tudo que ouvem. Consomem um pouco mais criticamente.

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