quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O apagão da oposição

FHC, em artigo recente, tenta desqualificar a ação política do Presidente Lula acusando-o de caudilhismo e personalismo, chamado por ele de "subperonismo". Tenta preparar a disputa política de 2010 desqualificando a estratégia da esquerda, ao invés de tentar construir uma proposta alternativa e afirmativa. FHC não percebe, ou não admite, que a atuação da oposição foi tão, ou mais, eficaz para a sua redução que a própria atuação positiva do governo.

A forma revanchista que a oposição escolheu para travar a luta política foi um desastre, e nem o apoio massivo da grande mídia conseguiu salvar a estratégia. Ao invés de construir uma proposta alternativa, a oposição resolveu destruir a credibilidade do governo fiando-se na estratégia Goebbeliana, de repetir cem vezes seu discurso para ver se o transformava em verdade. Foi assim com o chamado "mensalão: acreditaram que, com a ajuda da mídia, conseguiriam derrubar a credibilidade do governo Lula colocando-o a pecha de corrupto.

Não funcionou e, ao contrário, serviu apenas para aumentar a popularidade do Presidente e do governo após a população perceber que a oposição estava exagerando no seu discurso. O que acontece é que a oposição tenta desgastar o governo em qualquer oportunidade, sem avaliar corretamente o impacto sobre sua própria credibilidade caso a "denúncia" não se sustente. Acredita que é suficiente ter a grande mídia como aliada a repetir a suas bravatas para que a população acredite no seu discurso.

Foi o caso do acidente da TAM, e é o caso presente do "apagão". Se a oposição fosse preparada tentaria reforçar sua credibilidade, mas apressa-se em acusar o governo, sem analisar o risco de ser desmentida pelos fatos. A pressa em tentar atribuir a culpa ao governo acaba por inverter o sentido da sua pretensão, pois atualmente as pessoas possuem alternativas para se manterem informadas, e acabam construindo suas próprias convicções, ao contrário de 10 anos atrás, quando eles governavam.

Em suma, o mundo mudou e a oposição ficou parada no mesmo lugar. Ao associar-se a mídia na divulgação de versões como se fossem fatos, ambos perdem credibilidade junto aos chamados "formadores de opinião". Destroem sua confiabilidade tentando criar factóides, demonstrando falta de preparo quando tentam surfar nas ondas de uma pedra jogada na bacia.

Se a oposição, e a mídia, apresentassem posições ponderadas e incontestáveis trariam muito mais dificuldades ao governo e as esquerdas. Se dissessem claramente que o episódio do "apagão" foi uma fatalidade, e não culpa direta do governo, estariam ganhando votos pois ganhariam o respeito das pessoas mais informadas. Quando tentam fazer disputa política disseminando versões tendenciosas, trabalham firmemente para sua diminuição. E estão se mostrando especialistas nisso.

Invertendo o provérbio: com inimigos assim, quem precisa de amigos?

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